sábado, 27 de junho de 2009

CPI da Pedofilia convoca DJ Marlboro para prestar depoimento

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia aprovou requerimento, nesta quarta-feira, convocando Fernando Luís Mattos da Mata, o DJ Marlboro, para prestar depoimento. Ele e a ex-namorada, que também será ouvida, são réus em um inquérito no Rio, que investiga o abuso de uma menina de 4 anos, em Minas Gerais. O processo corre em segredo de Justiça.
Quem fez a denúncia à CPI por meio de uma carta foi a mãe da menina, que disse querer relatar o caso na comissão na tentativa de agilizar o processo, parado na Justiça. A mãe, a criança e o pai também serão ouvidos pela CPI com testemunhas.
"Convidei a mãe e o pai e, logo em seguida, vamos ouvir o DJ Marlboro, juntamente com a ré, que é madrinha da menina, e que segundo as denúncias a levava [para sofrer os abusos]", disse o presidente da comissão, senador Magno Malta (PR-ES).
Acusações
O DJ Marlboro responde a um processo na Justiça do Rio desde outubro do ano passado. As acusações são de corrupção de menores e atentado violento ao pudor. O crime teria acontecido em março de 2008, quando a criança teria passado dez dias no Rio, na casa da madrinha, namorada de Marlboro à época.
De acordo com a polícia, a mãe da menina que acusa Marlboro afirmou que a garota passou alguns dias com a madrinha no Rio e que, desde que voltou para Minas, passou a ter um comportamento marcado por referências sexuais, além de ficar assustada e agressiva.
Ainda segundo a polícia, a mãe da criança afirmou que a menina relatou a psicólogas a história do abuso. O processo contra Marlboro tramita na 21ª Vara Criminal da Capital.
O DJ nega as acusações. Ele afirma que, em decorrência do processo, seu telefone foi grampeado e seus computadores foram apreendidos.
A assessoria dos advogados de Marlboro considerou a denúncia "frágil e inconsistente".
Por: da Folha Onlineda Agência Senado

Ex-procurador do RR é condenado a 202 anos de prisão por esquema de pedofilia

O ex-procurador-geral do Estado de Roraima Luciano Queiroz foi condenado nesta quinta-feira (25) a 202 anos de prisão por participação em um esquema de pedofilia. Cabe recurso à decisão, que não tinha sido publicada até a noite desta sexta-feira.
Queiroz foi condenado pelos crimes de estupro, atentado violento ao pudor e exploração sexual de crianças e adolescentes. A lei brasileira limita a 30 anos o período máximo que alguém pode ficar preso.
No dia 6 de junho do ano passado, oito pessoas foram presas pela Polícia Federal em Roraima durante uma operação de combate à pedofilia. Além de Queiroz, que ocupava o cargo de procurador-geral do Estado, foram presos dois empresários e um policial militar.
As investigações incluíram escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, fotografias e vídeos. Em uma das gravações, duas crianças --de seis e sete anos-- apareciam acompanhadas por Queiroz saindo de um motel de Boa Vista.
A operação da PF, batizada de Arcanjo, causou comoção no Estado. A CPI da Pedofilia foi a Boa Vista. Na cidade, foi criado um movimento denominado "Mães contra a Pedofilia".Após ser preso, Queiroz foi exonerado do cargo pelo governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB).
"Diante da quantidade de vítimas, de fatos por ele praticados e da gravidade dos fatos, com crianças de seis anos de idade sendo levadas ao motel para serem abusadas por ele, é uma pena justa que deve ser mantida pelos tribunais", disse o promotor José Rocha Neto, do Ministério Público Estadual de Roraima.
Além de Queiroz, outras seis pessoas que foram presas na operação também foram condenadas. Entre elas Lidiane Foo, apontada pela PF e pelo Ministério Público como líder do esquema que aliciava crianças para serem abusadas sexualmente. Ela foi condenada a 331 anos de prisão.
A Justiça Estadual de Roraima determinou também que o grupo pague cerca de R$ 1,1 milhão às famílias das crianças que foram abusadas sexualmente. Para o juiz Jarbas Lacerda de Miranda, que presidiu o processo, a decisão "é uma resposta que o Poder Judiciário dá não só para Roraima, como também para a sociedade brasileira".
Outro Lado
A reportagem não conseguiu localizar o advogado que, segundo a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Roraima, representa Luciano Queiroz no caso. Foram deixados recados na caixa postal do celular hoje, mas o advogado não ligou de volta. O ex-procurador permanece preso em Boa Vista.
Quando foi preso no ano passado, Queiroz negou as acusações e disse ser inocente. Naquela ocasião, segundo ele, a prisão havia sido uma represália da PF por sua atuação no caso da homologação da terra indígena Raposa/Serra do Sol.
Queiroz era contrário à realização da operação da PF para a retirada de não índios da terra indígena, o que veio a acontecer posteriormente.
O advogado Clodoci Amaral, que defende Lidiane Foo, disse à Folha que irá recorrer da sentença, assim que for notificado oficialmente. Para ele, todo o processo "é um absurdo".
Por: JOSÉ EDUARDO RONDONda Agência FolhaANDREZZA TRAJANO colaboração para a Agência Folha, em Boa Vista (RR)